28.2.06

a partida

Dei ordens para irem buscar o meu cavalo ao estábulo. O criado não me entendeu. Fui eu próprio ao estábulo, selei o cavalo e montei. Ouvi ao longe o som de uma trombeta e perguntei-lhe o que era aquilo. Não sabia de nada, não tinha ouvido nada. Junto ao portão, fez-me parar e perguntou: «Aonde vais, senhor?» «Não sei», respondi, «para longe daqui, para longe daqui. Sempre para mais longe daqui, só assim poderei chegar ao meu destino.» «Então sabes qual é o teu destino?», perguntou. «Sim», respondi eu, «ouviste o que eu disse: "longe-daqui", é esse o meu destino».


Franz Kafka, Parábolas e Fragmentos
Assírio & Alvim, 2004, pág. 107

26.2.06

pernas em forma de compasso



AMELIA / \ ÉDOUARD LOCK
La La La Human Steps de Montreal

2: / 00h30


"Performed by the acclaimed dance company La La La Human Steps, Amelia explores the use of point technique using complexity, extended intertwining solos, complex partnering sequences, and extreme speed, to generate powerful performances with unexpected moments of tender emotion, and serenity.

The original score written by David Lang for violin, cello, piano and voice combines evocative minimalism to lyrics from five of Lou Reed's most famous works created in the 60s for the Velvet Underground. Edouard Lock uses intricate choreography for both camera and dancer creating a constantly shifting point of view.

Powerful performances combined with the delicate sensual lighting of Andre Turpin and a minimalist environment conceived by Édouard Lock create a seamless whole, where the camera interacts in tightly choreographed moves to reveal, blend and alter our perception of the dance."

(com)passos vários

— D'où il est maintenant, pense Geneviève, Bertrand est bien placé pour regarder une dernière fois ce qu'il aimait le plus en nous: nos jambes!
Toutes ces jambes de femmes qui le faisaient rêver... D'ailleurs, je me souviens d'une phrase de lui: "Les jambes de femmes sont des compas qui arpentent le globe terrestre en tous sens, lui donnant son équilibre et son harmonie."

_
François Truffaut, L'homme qui aimait les femmes
Librio, 2004, pág. 10

24.2.06

(pa)pel(e) de parede



~ Nicole Tran Ba Vang ~


série Collection Automne/Hiver 2003/2004

23.2.06

np / 15:45

"sometimes you're quiet, and sometimes I'm quiet, hallelujah /
sometimes I'm talkative, and sometimes you're not talkative,
i know.... /
sometimes you hear me when others they can't hear me. hallelujah! /
sometimes I'm naked and thank god sometimes you're naked. /
well, hello..."




the purple bottle //
animal collective


artwork /
avey tare
/ feels, 2005

21.2.06

/ wai /



yuko shimizu //
ying and yang


letters of desire /
alphabet book project

np / 01:52



everyone alive wants answers //
colleen


design / event10
artwork / florence manlik
/ 2003

19.2.06

uma coisa em forma de régua

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printable paper rulersprint'n'cut

quando o aristo desaparece...

17.2.06

o tempo faz caretas

Visto que não há regresso
e o tempo está de mau cariz,
viremos o dia do avesso
para ver como é, primeiro.

A carranca dum velho ou o trazeiro
prazenteiro dum petiz?


Alexandre O'Neill, Poesias Completas (1951–1986)
Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1995, pág.50

np / 13:06



men of station //
soft atlas


13 & god
/ 2005

desfolha-me

» Show me
a collaborative sketchbook


» Issue 01 » Invasion
» Issue 02 » Seasons
» Issue 03 » Where is the party?

16.2.06

anime weekend aveiro 2006



ANIME WEEKEND AVEIRO 2006


16–19.02 /
Parque de Exposições de Aveiro


anime. workshops. exposições. concertos.
projecções audiovisuais. lojas. cozinha japonesa.


design /
ana amado. tânia cadima


+ info /
animeweekend.aveiroexpo.pt

14.2.06

o cheiro da memória



(...) there are places we can't return.

9.2.06

np / 18:45 —nostalgia



white lake //
deaf center


design /
erik k. skodvin
/ pale ravine, 2005

amanhã, quem sabe


© Ana Amado

(...) A tarde está fria.
Amanhã, sol e razão.


Fernando Pessoa, Poesias Inéditas (1919–1930)

30

Já a luz se apagou do chão do mundo,
deixei de ser mortal a noite inteira;
ofensa grave a minha, que tentei
misturar-me aos duendes na floresta.
De máscara perfeita, e corpo ausente,
a todos enganei, e ninguém nunca
saberia que ainda permaneço
deste lado do tempo onde sou gente.
Não fora o gesto humano de querer-te
como quem, tendo sede, vê na água
o reflexo da mão que a oferece,
seria folha de árvore ou sério gnomo
absorto no silêncio de uma rima
onde a morte cessasse para sempre.


António Franco Alexandre, Duende
Assírio & Alvim, 2002, pág. 38

8.2.06

np / 18:45



before my voice fails //
gang gang dance


artwork /
brian degraw
/ god's money, 2005

uma coisa em forma de cor

*/ ColorWhore
*/
Pantone in CMYK/RGB 
*/ Pantone to RGB and HEX

/// converter cores de uma forma rápida e simples

np / 02:44



floating in the clearest night //
colleen


artwork /
iker spozio
/ the golden morning breaks, 2005

lente canina

/// retrospectiv

— 
uma questão de perspectiva
/ a 30 cm do chão

7.2.06

np / 18:45



banshee beat //
animal collective


artwork /
avey tare
/ feels, 2005

6.2.06

uma coisa em forma de pele



SCAN your SKIN
book, web site, and offline activities: work in progress


HUMAN TONE
a pele em forma de pantone

3.2.06

rifão quotidiano

Uma nêspera
estava na cama
deitada
muito calada
a ver
o que acontecia

chegou a Velha
e disse
olha uma nêspera
e zás comeu-a

é o que acontece
às nêsperas
que ficam deitadas
caladas
a esperar
o que acontece.


Mário-Henrique Leiria, Novos Contos do Gin
Editorial Estampa, 1978, pág. 31